sexta-feira, 18 de março de 2011

Amanhecer no amanhã

Volta não volta, tudo volta ao mesmo. O fenómeno do devir é constante. A dinâmica da acção faz com que os sonhos traçados não passem disso mesmo, de sonhos. Os sonhos, na sua maioria são, também, eles próprios efémeros. A dificuldade é acrescida quando tentamos transformar um momento menos conseguido em aprendizagens positivas. A tentativa incessante de mudar desgasta, deixando máculas e feridas difíceis de sarar. Por vezes dou comigo a pensar na imensa dificuldade em conseguir avaliar as emoções e fazer a distinção entre o que é essencial do que é supérfluo. Os balanços são por vezes dolorosos de se fazerem e, uma balança pouco calibrada tende a sobrecarregar um dos pratos… essencialmente o que está em jogo é a dúvida de não suportar o medo do passo seguinte e não poder voltar atrás se apetecer. O que está feito, está feito e não valerá  a pena negar, agora, por favor não peçam milagres sobre atitudes irresponsáveis ou inadequadas, há que saber arcar com as consequências dos actos…é velho o ditado "as desculpas não se pedem, evitam-se!"  Às vezes apetece-me amaldiçoar a intuição pelos alarmes inaudíveis que emite. Na verdade a intuição faz sobressair as idiossincrasias de cada pessoa. É tarefa difícil por vezes encontrar os alicerces internos para as compartimentar. Tem alturas que pensar  seguir em frente, é qualquer coisa com fazer um buraco na areia para esconder a cabeça… enquanto o resto do corpo fica demasiado visível e vulnerável aos elementos… fazer de conta que não se sabe e que não se viu é acobardar-se perante as situações e não é a melhor estratégia para viver a vida … por isso é imperioso fazer rupturas para que consigamos ver de novo a luz do sol a iluminar as nossas vidas!

domingo, 13 de março de 2011

Virar a página...

Fim!
 O fim pode ser um começo de uma nova etapa…. Hoje querida amiga inicia-se um novo capítulo da tua evolução.

Hoje, domingo, dia 13/03/2011 pela madrugada viraste a página.
Infelizmente, este capitulo da história há muito que estava escrito e o desfecho final era sobejamente conhecido…

Cumpri o mais recente ritual de domingo... planeei visitar-te pela tarde e apenas mudaste a rota do destino da minha viagem. Em lugar de Mafra viajei até Idanha- a- Nova…voltei à tua terra natal pela segunda vez e onde o teu corpo a partir de manhã jazerá em paz… ponto final…pouco mais haverá a acrescentar desde a nossa última memória...
Desde que saí de Lisboa a caminho da Beira Baixa que o tempo pareceu compreender a dor que eu transportava…o sol meio escondido pelas nuvens deu lugar a gotas de água que engrossariam à medida que eu me aproximava de ti…
Não sei se deva pedir desculpa mas não quis ver o rosto do teu sono eterno…não pode isso constituir surpresa porque desde o momento em que a doença te transfigurou não aceitei a tua nova imagem…

Rezei na igreja para ti junto de todos aqueles que te amarão para sempre… reafirmei tudo o que te havia anteriormente prometido…no que me mim depender os teus filhos terão o amor que merecem e tu minha querida amiga irás  protege-los  de onde estiveres…termino o meu dia  pelas com um sorriso nos lábios porque sei que o teu sofrimento parou…e, viraste a página, para um novo começo!