domingo, 16 de fevereiro de 2014

Até ao fim do mundo...


Não hesitaria um minuto em seguir os teus passos. Como não poderia de resto faze-lo? Em tantos dias num silêncio que por vezes me pareceu ensurdecedor ansiei por um amor como o nosso. Decerto só poderia dar valor ao presente se no passado tivesse conhecido de perto o sofrimento. E, se assim foi, fico feliz por todas as lágrimas que derramei e por todos os desencontros que tive para chegar até aqui. Pouco me importam os terrenos que desbravei ou, mesmo os obstáculos que encontrei pelo caminho. O que importa é que cheguei onde sempre quis estar e quero guardar para sempre todos os segundos junto de ti. Sinto o coração apertado só de pensar que o nosso amor um dia possa acabar… seguir-te-ia para onde quer que fosses. Mesmo que me digas que não tens para onde ir… digo-te que podemos ir juntos até ao fim do mundo. Os meus dias só fazem sentido se estiveres a meu lado. Não imagino sequer acordar pela manhã e ao abrir os olhos não encontrar o teu rosto. Ficas a saber que às vezes quando o sono teima em chegar Agradeço em silêncio por estares comigo. São tantas as pequenas coisas onde te encontro que nunca mais me senti só. Não quero lamentar pelos anos que deixamos passar, privando os sentimentos, castigando as emoções de viverem um amor como o nosso. Aprendi que tudo tem uma hora para acontecer. A soma dos dias são aprendizagens e tudo acontece quando tem mesmo de acontecer. Quero acreditar que nada perdemos, antes pelo contrário a vida encarregou-se de mostrar o real significado da palavra valor. Pelos dias de ausência, pelos silêncios de outrora quero que os nossos dias sejam todos eles preenchidos com palavras e afectos. Vem, Amor, abraça-me forte… mostra-me o teu calor que eu desejo entregar-me nos teus braços de corpo e com alma.

sábado, 8 de fevereiro de 2014

Professor Manuel Lima


Dia 8 de fevereiro de 2014 foi um sábado deliciosamente diferente. Sabia-o antecipadamente desde que retirei da minha caixa de correio o convite do professor Manuel Lima alusivo à comemoração dos seus 25 anos como escritor e investigador do riquíssimo património natural do concelho do Seixal. Simultaneamente, ele presenteou todos os participantes com o seu mais recente livro intitulado "A Vida Entre Marés". Foi pequeno o auditório no Moinho de Maré de Corroios para acolher todos aqueles que desejaram expressar gratidão, admiração a este grande professor, investigador e, principalmente ao ser humano que é! É com aquela facilidade de retórica que se conhecessem aos grandes mestres que o professor Lima prendeu a atenção de toda uma plateia rendida aos seus conhecimentos. Seguramente que nunca lho disse pessoalmente mas escrevo-o agora o Professor Manuel Lima é um ser humano extraordinário! Consegue sem esforço aliar a sua inteligência com as características mais nobres de uma pessoa: modéstia, simplicidade e amor. Comoveram-me as palavras da sua filha Sílvia durante o discurso quando a ele se referiu dizendo «o meu pai faz tudo por amor». Outras histórias que a filha Sílvia compartilhou com todos os presentes espelham bem a entrega e a dedicação das muitas horas de trabalho em prol da investigação do património natural e ambiental da Península de Setúbal. O professor Manuel Lima meio a brincar dizia-se surpreendido pela sala onde decorreria a comemoração dos 25 anos estar cheia. Esta manifestação de reconhecimento em nada me surpreendeu, muitos, tal como eu, quiseram desta forma homenageá-lo pelo mérito do seu trabalho. O professor Manuel Lima fez carreira como docente do ensino oficial secundário. Paralelamente em colaboração com a Câmara Municipal do Seixal fez chegar junto do grande público várias publicações sobre o património natural e histórico deste concelho. Não me lembro ao certo como travei contacto com o professor Lima. Creio que tal inicio se fique a dever a uma simples troca de cumprimento matinal ou de outro período do dia. No entanto com certas pessoas é muito fácil estabelecer automaticamente uma relação afetuosa e foi isso que aconteceu. Todos nós em minha casa nutrimos um carinho especial por ele e pela sua família. Já faz alguns uns anos quando convidou a mim e aos meus filhos para conhecermos a sua coleção privada de fósseis e com a mestria de um professor foi-nos explicando a origem e o nome de cada vestígio do passado. Não saímos da sua casa sem que antes ele tivesse presenteado a minha filha adolescente com alguns dos fosseis sobrantes da sua vasta coleção. Os fósseis foram guardados cuidadosamente até hoje numa caixa de madeira de modo a preservar a integridade do achado. Noutra ocasião chamou-me para me oferecer um pequeno Dragoeiro. Depois de este ter passado uma temporada num vaso foi transplantado com sucesso para um canteiro definitivo onde presentemente ostenta um porte maior em altura. Com certeza que haveriam outras pequenas histórias dignas de registo destes seis anos que levo de convívio com este grande homem, contudo, prefiro terminar o texto com o sincero desejo que o professor Lima continue a presentear todos com mais livros os quais considero autênticas ferramentas pedagógicas para quem deseja aprofundar os conhecimentos sobre o vastíssimo património natural que nos rodeia.