sábado, 15 de dezembro de 2012

Momentos muito felizes



A passagem do tempo tem o poder de avivar as lembranças. Intempérie à parte, que se abateu, ontem, 14 de Dezembro, sobre Lisboa, tive a possibilidade, de recordar, momentos, muito felizes junto de antigos colegas de faculdade. A pretexto das Comemorações dos 40 anos do ISCTE IUL, voltei à Instituição onde realizei em idade adulta a licenciatura em Sociologia. Entrar de novo naquele edifício, percorrer os corredores, fizeram-me, sentir saudades, do tempo de estudante! Já houve momentos, em que me perguntei, se valeu a pena o sacrifício de estudar à noite, colocando em segundo plano, horas de merecido descanso, depois duma árdua jornada de trabalho. De todas as vezes que pensei no assunto, esbocei sempre, um sorriso, em sinal afirmativo, tudo o que fiz na trajectória escolar valeu a pena! Tenho a convicção que, na vida, nada se conquista, sem haver alguns sacrifícios. O conhecimento que me foi transmitido por ilustres professores,  com os seus saberes, dando a conhecer obras de outros autores, teorias e pensamentos dos fundadores da Sociologia, em muito contribuíram, para melhorar a  compreensão  e  visão sobre o mundo que nos rodeia!  Enquanto aluna, fui aquilo que se designa, de nível mediano. Analisando o meu percurso e, atendendo, aos constrangimentos individuais, considero que fiz o percurso escolar, que me foi possível. Tinha família constituída, uma filha bebé e era uma estudante trabalhadora. Em alguns momentos académicos tive de efectuar escolhas, deixei de fazer coisas, que possivelmente, me dariam mais prazer, do que ficar horas seguidas a estudar! Quando aos trinta e oito anos perdi o emprego na empresa onde estava há dezoito anos e que tanto me realizava, pessoalmente, percebi pelo facto, de possuir mais habilitações, do que aquelas, que eram exigidas ao nível do ensino secundário, permitir-me-ia aceder a um leque de saídas profissionais mais variado. Embora, existam estatísticas, que indiquem, que na atual, conjuntura económica,  os saberes práticos, os ofícios especializados, possibilitem maior empregabilidade, no meu caso em particular, ter habilitações literárias ao nível superior ajudou-me a encontrar trabalho mais rapidamente. De referir que o conhecimento teórico, não é  por si  só suficiente, há que aliar outras características  intrínsecas ao individuo, tais, como, ter humildade,  abertura para realizar  novas aprendizagens, possuir flexibilidade e, principalmente, saber adaptar-se perante  novas realidades. Ontem, senti, uma enorme satisfação, ao escutar os discursos  dos três oradores que encerraram as festividades dos 40 anos do ISCTE IUL. Foram brilhantes as palavras do professor Paquete de Oliveira, do Reitor Luís Reto e do ex-ministro da Educação durante o Estado Novo, Veiga Simão. Este último, soube adaptar-se à mudança de regime de Ditadura para a Democracia. Veiga Simão foi um dos fundadores do ISCTE em 15 de Dezembro de 1972. As suas palavras confirmam muito daquilo que penso sobre os guardiões das memórias de uma sociedade. É sobejamente conhecida a trajectória de tão ilustre figura pública na sociedade portuguesa. Em 1970 assumiu o cargo de ministro da Educação Nacional, que  abandonaria com a Revolução dos Cravos em 1974. Durante este período, afirmou-se como defensor da democratização do ensino em Portugal. É Invejável o conhecimento que Veiga Simão emana aos 83 anos de idade. Ontem, no Auditório do ISCTE IUL, fez uma retrospetiva da ilustre Instituição, desde a sua fundação em 1972 até à atualidade. Na noite de 14 de Dezembro onde andaram à solta tantas emoções, ficarão gravadas as palavras de Veja Simão, quando sintetiza a filosofia daquela Instituição “no ISCTE reinam os Espíritos Livres”! Retenho, também, as palavras de Paquete de Oliveira, quando refere que o ISCTE em 1972, nasceu contra a corrente e, em 2012, confirma essa tendência. Como antiga aluna do ISCTE, foi com grande satisfação que voltei à minha antiga casa!

1 comentário:

  1. Foi um verdadeiro prazer rever-te e a todos quantos por lá encontrei, o ISCTE é muito mais que uma instituição, muito mais que uma universidade e é sempre fantástico lá voltar.

    ResponderEliminar