sábado, 29 de dezembro de 2012

Horizontes sem esperança


Em 2012 ocorreram mudanças socioeconómicas, que alargaram o fosso das desigualdades entre os portugueses. Começa haver demasiados “portugais” dentro de Portugal. Desde o 25 Abril de 1974 até à atualidade, os vários decisores políticos, não conseguiram ao longo de trinta e oito anos, implementar medidas que permitissem aos portugueses viverem condignamente. O ano de 2012 ficará na História como um ano de retrocesso nas políticas sociais desde a Revolução dos Cravos. É com tristeza que assisto à saída para o estrangeiro da geração de jovens mais qualificada de sempre! Estes jovens que partem em busca de melhores condições de vida, dificilmente, regressarão ao seu país natal. Estes jovens se ficassem, muitos deles, dariam o seu contributo para o desenvolvimento e para o progresso de Portugal. Atualmente, vivemos sob um regime de assistência financeira estrangeira e em nome das medidas de austeridade de quem nos resgatou, o governo português aproveita para incrementar outras medidas que atentam contra os direitos sociais. A população portuguesa, em particular a classe média está a caminhar para o limite em termos de impostos. As taxas de desemprego estão altíssimas, perder o trabalho a partir dos 40 anos, pode significar não voltar a encontrar trabalho. Entre os jovens a taxa de desemprego é igualmente alta. Não pode quem nos governa esquecer a manifestação ocorrida em 15 de Setembro de 2012 que juntou nas ruas em Lisboa, de forma espontânea, mais de meio milhão de pessoas. Este movimento é um retrato da sociedade portuguesa, ali estavam representadas várias gerações de pessoas, muitas delas, sofrendo no dia-a-dia, a dificuldade para se alimentarem, pagarem habitação e outras despesas básicas. Se os governantes persistirem neste tipo de políticas restritivas, estão a negar aos portugueses o direito de terem filhos, consequentemente, de renovar a sociedade, que já é uma das mais envelhecidas, atualmente, existem 128 idosos, por cada 100 jovens! Os portugueses transportam no olhar um futuro sem esperança… Não é possível aos portugueses compreender a razão de pagarem uma divida que não contrariam e que em nada os beneficia. Não é entendível que sucessivos governos resgatem grupos económicos ou façam parcerias com grupos privados lesando o interesse coletivo. Os sucessivos governos hipotecaram o futuro dos atuais portugueses e das gerações seguintes que antes de nascerem já têm uma dívida para saldar. A sociedade portuguesa rejeita as políticas económicas que não estabeleçam as pessoas como prioridade! Gostava que este meu último texto,  em 2012, tivesse muitas palavras de esperança… infelizmente, não consigo deslumbrar  num futuro próximo, melhorias significativas  que permitam aos portugueses viverem melhor…

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