sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Deslumbre

Nunca cheguei a saber se a tua procura deu os resultados ambicionados. Diz-me, chegaste a encontrar o que tanto procuravas? Oxalá tenhas conseguido encontrar, tudo. Hoje observei-te e tu nada me disseste, eu lamentei, pois queria tanto voltar às palavras intermináveis. O teu aspecto era bom, saudável. O teu cabelo comprido que eu tanto gosto, fica-te, mesmo, bem!  Não olhaste para mim. Também, não fiz, qualquer tipo de ruído, para chamar a tua atenção. Simplesmente, fiquei a olhar para ti, em silêncio, na esperança de ouvir o que falavas. O teu inconfundível olhar conjugado com a tua maneira singular de sorrir fala por ti, mesmo que não pronuncies palavra.  Procurei captar a tua essência com o meu olhar como se assim impedisse a minha enorme vontade de correr até ti. Eu, contive-me! Gritei para mim para não avançar e obedeci sem protestar.  Não fiz qualquer tentativa para me aproximar de ti. Desta vez não terás nada sobre mim para contar - nem, um, simples, deslumbre - ao contrário de mim que ficou com histórias para interiormente desconstruir. Voltarei ao mesmo lugar todas as vezes que me apetecer e recordarei o teu cabelo, o teu sorriso, a tua maneira de pensar e de agir. E, de todas as vezes, tal, como, outras, tantas, não falarei contigo e tu não falarás comigo. Não darei qualquer passo e não avançarei.  Estou, como, sempre, a aguardar a tua chegada, até mim, se for esse, o teu desejo!

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