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Foi com esta mesma idade que o meu querido pai se fechou para ele e para o mundo. Acho que o meu pai colocou um ponto final à sua vida, desistindo dela, não conseguindo aguentar a pressão que o rodeava e considerar que o chão lhe fugia dos pés. A doença aos poucos foi-se apoderando do seu corpo e da sua alma. Ele foi baixando a guarda e deixou de lutar… Esteve muito, muito tempo doente, sem nunca sair da cama. No inicio da sua doença tudo foi muito complicado para nós. No entanto, aos poucos a Providência encarregou-se da minha família. Muito paulatinamente foram-se encontrando caminhos, que nos haveriam de ajudar a ultrapassar e a superar alguns dos obstáculos: angustias, desilusões, incompreensões, irracionalidades. Não posso, também, esquecer que houve momentos regados com uma mescla de amor, de esperança, de felicidade, de dever cumprido, solidariedade, caridade…
Acho, sem ter bem a certeza, que escrever a minha história poderá fazer-me bem. Neste ensaio vou articulando umas quantas palavras que aos poucos vou juntando e que originam frases. Apetece-me apelidar a minha escrita como algo que resulta do infortúnio. Há uns anos atrás eu já tinha feito uma tentativa neste sentido, mas o computador que tinha em casa na altura avariou... Desconheço se algum dia irei recuperar as frases escritas naquele tempo. Por acaso, gostava de comparar a versão antiga, com esta, que é sua subsequente. Na altura, tal como agora, estaria, também, triste, possivelmente, revoltada com o rumo dos acontecimentos. Este registo de frases, destina-se a exteriorizar muitas das memórias que me assolam a alma. Tento contrariar os pensamentos negativos, substituindo-os por outros positivos, mas, não devo empregar a energia suficiente, porque não me tenho saído bem. Foi com este estado de espírito que hoje decidi escrever e fazer uma auto-análise, com o intuito de me encontrar, com a vontade de vasculhar algumas das memórias guardadas e reviver os acontecimentos passados. Agora que termino de escrever acho que o exercício resultou, porque me sinto melhor comigo, como tivesse arrumado num lugar “especial” algumas das tormentas que me povoavam a mente...