sábado, 27 de abril de 2013

Gritos de desespero


Sei muito pouco sobre economia e finança. Tenho os conhecimentos de economia que fui adquirindo através das leituras, de informação dos órgãos de comunicação, por via das necessidades escolares. É no entanto, conhecimento insuficiente, para conhecer os meandros onde se desenrola a economia. Mas, sei uma coisa essencial, que muitas vezes, parece arredada das grandes teorias socioeconómicas, o que são pessoas, o  que  são  seres humanos, quais as  suas reais necessidades de sobrevivência. Esta manhã, como sempre faço aos fim-de-semana, gosto de assistir aos noticiários televisivos e, visitar através da rubrica “banca de jornais” as primeiras páginas destas edições diárias. A minha atenção ficou retida, no “Correio da Manhã”, principalmente, na foto que ilustrava o desespero de uma avó que salvou a filha e a neta da morte. São gritos de desespero. Vozes talvez demasiado “pequenas” para tocarem na alma dos senhores do capital. Mas é o conjunto das “pequenas vozes", onde eu me incluo, que fazem o todo da população portuguesa, vou através deste texto gritar bem alto! O que dizer a esta família, que apenas só por um acaso, não perdeu dois dos seus membros?! O que levou uma mãe desempregada a querer cometer suicídio levando consigo a própria filha! É revoltante, assistirmos, a tudo isto de forma silenciosa e, como nada estivesse a suceder. Existem outros relatos, outros desesperos que não chegam junto daqueles que tinham o dever de proteger os mais desfavorecidos. Há demasiadas pessoas na margem da economia. Há demasiadas pessoas cujos sonhos desapareceram e, que não acreditam na própria sobrevivência, nem dos seus entes mais próximos. São sonhos roubados a demasiadas pessoas e para que apenas alguns se sintam satisfeitos com os seus lucros. São poucos, aqueles, que vivem desafogados, sem preocupações monetárias em comparação com os outros que nada possuem! Tem que haver revolta na população por este estado a que chegamos, não só na população portuguesa, como na população europeia e mundial. Há que travar este hediondo flagelo onde as pessoas são meras estatísticas económicas e perderam o direito de viver condignamente. Como pode alguém com responsabilidades politicas e económicas dormir descansado, quando outros seus conterrâneos tentam o suicídio, para acabarem com a dor que sentem e porque não conseguem imaginar um futuro com dias de esperança. Parece que os decisores políticos do meu país estão abstraídos dos problemas reais. Já nem comento as questões laborais precárias, estou a revoltar-me contra a falta de trabalho, contra o facto das pessoas não serem o centro e atenção da economia! Nós os portugueses não merecemos tanta austeridade! Não podem os pobres, os desprotegidos em Portugal pagarem pelos erros dos senhores intelectuais da economia e da finança e de muitos outros erros governativos! Olhem, bem para a foto que fez capa do jornal Correio da manhã de 27 de abril de 2013, olhem bem para o desespero desta avó que é representativo de muitos outros olhares em desespero em Portugal!

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