Sei muito pouco sobre economia e
finança. Tenho os conhecimentos de economia que fui adquirindo através das
leituras, de informação dos órgãos de comunicação, por via das necessidades escolares.
É no entanto, conhecimento insuficiente, para conhecer os meandros onde se
desenrola a economia. Mas, sei uma coisa essencial, que muitas vezes, parece arredada
das grandes teorias socioeconómicas, o que são pessoas, o que são seres humanos,
quais as suas reais necessidades de sobrevivência. Esta manhã, como sempre faço
aos fim-de-semana, gosto de assistir aos noticiários televisivos e, visitar através
da rubrica “banca de jornais” as primeiras páginas destas edições diárias. A
minha atenção ficou retida, no “Correio da Manhã”, principalmente, na foto que
ilustrava o desespero de uma avó que salvou a filha e a neta da morte. São gritos
de desespero. Vozes talvez demasiado “pequenas” para tocarem na alma dos
senhores do capital. Mas é o conjunto das “pequenas vozes", onde eu me incluo,
que fazem o todo da população portuguesa, vou através deste texto gritar bem
alto! O que dizer a esta família, que apenas só por um acaso, não perdeu dois
dos seus membros?! O que levou uma mãe desempregada a querer cometer suicídio
levando consigo a própria filha! É revoltante, assistirmos, a tudo isto de
forma silenciosa e, como nada estivesse a suceder. Existem outros relatos,
outros desesperos que não chegam junto daqueles que tinham o dever de proteger
os mais desfavorecidos. Há demasiadas pessoas na margem da economia. Há demasiadas
pessoas cujos sonhos desapareceram e, que não acreditam na própria
sobrevivência, nem dos seus entes mais próximos. São sonhos roubados a
demasiadas pessoas e para que apenas alguns se sintam satisfeitos com os seus lucros.
São poucos, aqueles, que vivem desafogados, sem preocupações monetárias em
comparação com os outros que nada possuem! Tem que haver revolta na população
por este estado a que chegamos, não só na população portuguesa, como na
população europeia e mundial. Há que travar este hediondo flagelo onde as
pessoas são meras estatísticas económicas e perderam o direito de viver
condignamente. Como pode alguém com responsabilidades politicas e económicas
dormir descansado, quando outros seus conterrâneos tentam o suicídio, para acabarem
com a dor que sentem e porque não conseguem imaginar um futuro com dias de
esperança. Parece que os decisores políticos do meu país estão abstraídos dos
problemas reais. Já nem comento as questões laborais precárias, estou a revoltar-me
contra a falta de trabalho, contra o facto das pessoas não serem o centro e
atenção da economia! Nós os portugueses não merecemos tanta austeridade! Não
podem os pobres, os desprotegidos em Portugal pagarem pelos erros dos senhores intelectuais
da economia e da finança e de muitos outros erros governativos! Olhem, bem para
a foto que fez capa do jornal Correio da manhã de 27 de abril de 2013, olhem
bem para o desespero desta avó que é representativo de muitos outros olhares em
desespero em Portugal!
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