sábado, 19 de maio de 2012

Contos de Fadas


Tal, como nos contos de fadas, quase todas as meninas sonham, um dia casar-se. Ema, no dia do seu casamento, não foi diferente, sentia-se única! Não houve lugar a preparativos muito elaborados para o enlace. O vestido de Ema era de corte simples e ao mesmo tempo majestoso. O decote em “V”, com pequenas tiras nos ombros, faziam sobressair a pele ligeiramente morena. As pequenas pérolas bordadas no corpete formavam cornucópias que realçavam a cintura . É costume afirmar que todas as noivas são lindas, mas Ema, na minha opinião estava esplendorosa! O que de imediato sobressaia além da sua beleza física era a enorme felicidade, a alegria e confiança no futuro. Tinham passados três anos e meio desde que conhecera Afonso e aquele dia foi a concretização dos seus desejos. Afonso tinha sido o Escolhido. O casamento representava para Ema o compromisso entre duas pessoas que passariam a partilhar no dia-a-dia, as conquistas, os sucessos e as frustrações. Enquanto, colocava o vestido, lembrou-se de um filme que assistira no cinema, onde o guião colocou em ênfase, as questões sobre os valores e os princípios morais, nas sociedades materialistas. A protagonista do filme, decidira sair do seu país para ir ter com o noivo, que se encontrava num congresso profissional, em outro país. A protagonista, seguindo uma antiga tradição irlandesa, que permitia às mulheres, em ano bissexto, pedir os noivos em casamento, decidira ela própria tomar o rumo dos acontecimentos. Infortúnios da viagem, em vez do confortável avião ou comboio, a protagonista do filme caminhara a pé por zonas rurais, dormiu em lugares pouco confortáveis. Teve por companhia um modesto rapaz, pouco preocupado com a etiqueta dos comportamentos corretos,  que imperam nas sociedades, ditas desenvolvidas. Diálogo bastante intenso entre os dois principais atores do filme foi descobrir o que cada pessoa, levaria consigo, num cenário de incêndio e tendo apenas sessenta segundos para se salvar... Parece simples a resposta, mas, possivelmente, tratar-se-á de algo complexo de responder, qualquer coisa como agarrar em algo muito precioso (e, simbólico), deixando para trás todas as outras coisas que apenas o poder aquisitivo pode comprar. Ema, sorriu para os seus pensamentos, não tinha dúvida na resposta. A partir daquele momento, o único bem precioso “a salvar num incêndio” chamava-se Afonso e todas as outras coisas, com maior ou menor grau de dificuldade seriam supérfluas, o Amor, esse, é insubstituível. No entender de Ema, o casamento significa uma construção diária em que todos os dias são dias de aprendizagem a dois, onde o caminho trilhado é comum, sem desvios...

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