sábado, 28 de janeiro de 2012

Um anjo na minha vida...


Existem pessoas que chegam às nossas vidas e direcionam as mesmas numa determinada direção, deixando uma marca tão distinta no nosso percurso de vida, que quando se afastam, não conseguimos substituir a sua presença.

Quando admiramos alguém, profundamente, torna-se tarefa árdua, descrever por palavras, os sentimentos e as emoções, que envolveram essa caminhada conjunta.

Receio não encontrar as palavras adequadas para descrever a magnificência de determinadas pessoas a quem apelido de Iluminadas, que a troco de nada nos acompanham no dia-a-dia, fazendo-nos sentir amparadas perante as vicissitudes da vida.

Pessoas que disponibilizam o seu ombro amigo, que nos dirigem palavras e relativizam de forma sábia os problemas e as angustias que afetam a alma.

Ao escrever estas frases, estou a direcioná-las para alguém, com quem tive a enorme sorte de conviver intensamente, durante alguns anos da minha vida!

Depois, um dia tal como havia aparecido, foi desaparecendo aos poucos dos meus horizontes, certamente, por considerar, que eu estava encaminhada, para enfrentar sozinha as encruzilhadas da vida…

O meu apreço por tal pessoa é tão forte que jamais teria a veleidade de resumir num texto as emoções e os sentimentos que nortearam a nossa relação.

Recordo em particular o dia 31 de Maio de 1990, onde a minha mãe  que tanto amo,  foi submetida a uma operação no Instituto Oncológico de Lisboa (IPO), no sentido de lhe removerem um dos seios, devido a um carcinoma, que após resultado da análise revelou-se de origem maligna.

Nesse dia, lembro-me, estava desoladíssima, pelas circunstâncias que envolviam o estado clinico da minha mãe.

Na altura os meus dezanove anos, também,  não permitiam antever soluções positivas, mediante o quadro de doença que afetava os meus pais biológicos.

Recordo que a minha mãe estava no bloco operatório fazia três horas e em casa encontrava-se desde há seis anos, o meu pai enfermo, preso numa cama, devido aos múltiplos acidentes vasculares cerebrais (avc’s).

E, quando vi surgir na porta da sala de espera do referido hospital o meu anjo protetor, deixei de estar sozinha e passei a contar com o seu apoio, com a sua fé e coragem num momento tão adverso.

A generosidade e abnegação desta  pessoa  para comigo foi tão especial que receio não encontrar adjetivos adequados que possam traduzir o enorme apreço  que (ainda) sinto por ele.
 Sintetizando, refiro que durante alguns anos, pude contar em muitos momentos, com o amor de um pai emprestado, que não fazia distinção no amor que nutria por mim, em relação aos seus próprios filhos.

Para finalizar esta memória, refiro que a vida seguiu o seu percurso natural, a operação da minha mãe foi um sucesso e nos anos seguintes, não se registaram quaisquer complicações relacionadas ao episódio de cancro da mama.

No presente gostava, que o meu anjo protetor ainda estivesse do meu lado, para me continuar a dirigir palavras de esperança...

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