sábado, 7 de julho de 2012

Portugal com futuro adiado



Portugal é um país em crise. Os portugueses, ontem, 06/07/2012, ficaram a saber que uma das medidas adotadas pelo governo para equilibrar o Orçamento de Estado, deste ano, afinal, era inconstitucional. O Tribunal Constitucional, cuja principal função é zelar pela correta interpretação e aplicação da Constituição, decidiu por maioria pela inconstitucionalidade do diploma que previa o corte dos subsídios de férias e Natal aos funcionários públicos, pensionistas e reformados por violar o princípio da igualdade. O governo português na tentativa de diminuir o défice, comprometeu-se com a Troika [formada por três elementos, a Comissão Europeia, o Banco Central Europeu (BCE) e o Fundo Monetário Internacional (FMI)] a incrementar reformas que lesam em muito os interesses dos portugueses. A “receita” da Troika para salvar Portugal da bancarrota está a revelar-se um fracasso. O governo às derrapagens do programa de ajustamento económico responde com mais austeridade sobre os portugueses. A austeridade que em teoria visa a combinação de politicas que pretendem diminuir o peso do Estado na economia e promover o crescimento económico, não está na prática a resultar em Portugal! O desemprego em Portugal atingiu níveis recordes! Segundo relatório do INE  (Instituto Nacional de Estatistica) emitido ontem, a taxa oficial de desemprego atinge os 14,9%. Estão 819,3 mil trabalhadores no desemprego, mais 130,4 mil pessoas do que no período homólogo de 2011. Todos os dias são atirados para o desemprego pessoas que até a bem pouco tempo faziam parte de uma classe média que conseguia viver do salário mensal. À falta de crescimento económico, ao desemprego, vem, agora, juntar-se a decisão do Tribunal Constitucional que abre um enorme buraco no Orçamento de Estado para 2012 e anos seguintes. Na comunicação social fala-se da criação de um novo imposto para todos os portugueses e que vai permitir ao governo substituir as verbas que terá que devolver aos funcionários e pensionistas públicos, de forma a cumprir com os acordos de resgaste firmados. Portugal vem desde há muito a adiar as reformas económicas e sociais que permitam aos portugueses viver com dignidade. A nossa História está repleta de exemplos de “futuros prósperos adiados”. A questão que se coloca é saber até quando os portugueses vão suportar estas medidas  passivamente.

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