Portugal é um país
em crise. Os portugueses, ontem, 06/07/2012, ficaram a saber que uma das
medidas adotadas pelo governo para equilibrar o Orçamento de Estado, deste ano,
afinal, era inconstitucional. O Tribunal Constitucional, cuja principal função
é zelar pela correta interpretação e aplicação da Constituição, decidiu por
maioria pela inconstitucionalidade do diploma que previa o corte dos subsídios
de férias e Natal aos funcionários públicos, pensionistas e reformados por
violar o princípio da igualdade. O governo português na tentativa de diminuir o
défice, comprometeu-se com a Troika [formada por três elementos, a Comissão
Europeia, o Banco Central Europeu (BCE) e o Fundo Monetário Internacional
(FMI)] a incrementar reformas que lesam em muito os interesses dos portugueses.
A “receita” da Troika para salvar Portugal da bancarrota está a revelar-se um
fracasso. O governo às derrapagens do programa de ajustamento económico
responde com mais austeridade sobre os portugueses. A austeridade que em teoria
visa a combinação de politicas que pretendem diminuir o peso do Estado na
economia e promover o crescimento económico, não está na prática a resultar em
Portugal! O desemprego em Portugal atingiu níveis recordes! Segundo relatório
do INE (Instituto Nacional de Estatistica) emitido ontem, a taxa oficial de desemprego atinge os 14,9%. Estão 819,3
mil trabalhadores no desemprego, mais 130,4 mil pessoas do que no período
homólogo de 2011. Todos os dias são atirados para o desemprego pessoas que até
a bem pouco tempo faziam parte de uma classe média que conseguia viver do
salário mensal. À falta de crescimento económico, ao desemprego, vem, agora,
juntar-se a decisão do Tribunal Constitucional que abre um enorme buraco no
Orçamento de Estado para 2012 e anos seguintes. Na comunicação social fala-se
da criação de um novo imposto para todos os portugueses e que vai permitir ao
governo substituir as verbas que terá que devolver aos funcionários e
pensionistas públicos, de forma a cumprir com os acordos de resgaste firmados.
Portugal vem desde há muito a adiar as reformas económicas e sociais que
permitam aos portugueses viver com dignidade. A nossa História está repleta de
exemplos de “futuros prósperos adiados”. A questão que se coloca é saber até
quando os portugueses vão suportar estas medidas passivamente.
Sem comentários:
Enviar um comentário