sábado, 25 de agosto de 2012
Momentos
sábado, 11 de agosto de 2012
O que precisa Portugal para fabricar campeões?
Desde que começaram os Jogos Olímpicos em Londres,
a questão primordial que pairava nas mentes dos portugueses, era tentar “adivinhar”
quantas medalhas vinham para Portugal? O histórico de medalhas para Portugal é
muito baixo. Até 2012, o país conquistou 23 medalhas (quatro de ouro, oito de prata e onze de bronze). Em 25
de Julho, o canal televisivo do Estado, a RTP, dava voz ao Presidente do Comité
Olímpico de Portugal, Vicente Moura, que informava à vasta plateia lusa que “a comitiva
portuguesa deste ano é a mais bem preparada de sempre”. Hoje, 11/08/2012, com
os Jogos Olímpicos quase a terminarem, apetece-me fazer um balanço da prestação
dos atletas portugueses. Informo que tive o cuidado antes de começar a escrever
este texto de ler alguns artigos sobre o sucesso dos atletas da Jamaica. Os
resultados alcançados por estes atletas no atletismo, nomeadamente, nos 100 e 200
metros, impressionam qualquer um. Na prova de velocidade ninguém consegue
superar o recorde mundial dos 100 metros masculinos que pertence a Usain Bolt.
Na prova de 200 metros, as três medalhas, ouro, prata e bronze, foram
direitinhas para os três atletas jamaicanos, (de novo) Usain Bolt, Yohan Blake e Warren Weir.
* Contexto
Histórico – Jamaica
Afinal, qual o segredo do sucesso do atletismo da
Jamaica? Segundo a Wikipédia, “a Jamaica é um pais insular, localizada no mar das Caraíbas (mar do Caribe). Situa-se a
cerca 145 quilômetros ao sul de Cuba e a 190 quilômetros a oeste da ilha de Hispaniola
(onde se localizam o Haiti
e a República Dominicana. É o terceiro país anglófono
mais populoso das Américas, superada apenas pelos Estados Unidos e Canadá. A sua capital e maior cidade é Kingston.”
Ainda, segundo a mesma fonte, este país foi descoberto, inicialmente pela Espanha,
no final do século XV, e conquistada pelos ingleses, no último terço do século
XVII (1670). Durante o domínio britânico, a Jamaica foi o maior exportador
mundial de açucar. Tal feito foi conseguido à custa do trabalho escravo.
Seria exatamente, a utilização massiva da mão de obra escrava, que havia de ocasionar
inúmeras revoltas, que conduziram à abolição da escravatura em 1838. Este país organiza-se,
politicamente, como uma monarquia parlamentarista e o chefe de estado é o
monarca, atualmente, a Rainha Isabel II do Reino Unido. O representante
do monarca na Jamaica é o Governador-Geral, que tem como papel a aprovação de
leis e outras funções do estado. Feita uma breve contextualização histórica da
Jamaica, interessa agora contextualizar Portugal.
* Contexto
Histórico – Portugal
* O segredo do sucesso do atletismo da
Jamaica versus Portugal
Com esta interrogação sou impelida para analisar o “caso dos atletas da Jamaica”. São muitos os textos que já abordaram a temática, do sucesso da Jamaica. Retenho, a minha atenção, num artigo produzido por jornalistas brasileiros da 'SporTV Repórter', que se deslocaram ao terreno para analisarem a questão. Começam por dar conta que existe uma cultura na Jamaica virada para o desporto e, em particular para o atletismo. Desde muito novas as crianças jamaicanas, através das suas escolas, praticam com bastante assiduidade desporto. Defendem com apego o nome das suas escolas, nas várias competições desportivas pelo país fora. O país proporciona condições para os alunos treinarem. Desde muito cedo os jovens atletas, habituam-se a lidar com a pressão da competição. Gostei, em particular, do comentário de Shelly-Ann Fraser, medalha de ouro nos 100m nas Olimpíadas de Pequim-2008:
“O importante não é vencer sempre, é sim
participar e auxiliar na jornada, ajudar as pessoas a sentir que elas têm um
lugar no mundo. Nos fortalecemos e podemos ajudar os outros a subir na vida.”
Sintetiza muito do espirito que une os jamaicanos. Nem todos os jamaicanos que
praticam desporto se tornam profissionais. No entanto, a ambição de ser o
"novo” campeão está na mente de todos os praticantes. Atualmente, o país proporciona
condições favoráveis para os seus campeões ficarem em casa, sem haver necessidade
de emigrem para outros países para poderem treinar ao
mais alto nível. A questão primordial da Jamaica é assegurar a linhagem de
campeões. Ora, assim, a receita do sucesso, até parece fácil: uma atitude
mental forte por parte dos atletas, com uma vontade imensa de ganhar, aliada a
horas de treino intensivo que favorecem a condição física e no fim o
reconhecimento deste esforço por parte dos seus conterrâneos, que os consagram em heróis nacionais. A meu ver o maior segredo, resume-se na
atitude: eu quero, com o esforço do meu trabalho, eu consigo
ganhar. Em prova, o esforço despendido durante os treinos tem a sua glória, com
o recebimento da medalha no pódio. Voltemo-nos agora para o caso de Portugal.
Verifica-se, pelos resultados obtidos em Londres 2012, que ainda não foi desta,
que conseguimos inscrever o nome de Portugal na História dos Jogos Olímpicos.
Não tenho a mínima dúvida que os atletas portugueses fizeram tudo ao seu
alcance para conseguirem o melhor resultado. Infelizmente, o maior esforço individual, não
é por si suficiente, quando se compete com campeões!
* Sugestões:
* Sugestões:
Os atletas portugueses ainda têm um longo caminho a percorrer.
Apetece-me escrever que o excesso de mediatismo não favorece os nossos atletas. Na
minha opinião têm que haver um forte investimento de base que fortaleça a
mentalidade daqueles que nos representam. A par das características físicas, que
cada modalidade elege para os seus protagonistas, tem que se cultivar a par do trabalho fisico, uma
vontade ganhadora. Portugal, é um país moderno (não gosto de utilizar a palavra
desenvolvido, porque implica ter ultrapassado muitos processos, e no caso
português, continuamos a caminho), possuidor de modernas instalações para a
prática de diversos desportos, portanto não é por aqui, que se podem atribuir
culpas à falta de incentivos estatais ao desporto. É bom relembrar que nos últimos vinte
anos foram despendidos muitos milhares de euros para a construção de piscinas,
pistas de atletismo e pavilhões gimnodesportivos por todo o território. Sobejamente,
Portugal é conhecido por possuir condições climatéricas muito favoráveis para a prática de múltiplos desportos. Considero que a principal tónica, para se ”fabricar” campeões, reside
na atitude mental de cada atleta, ao encarar cada prova, cada desafio que tem pela frente. Portugal, em Londres
2012, ganhou uma medalha de prata, na canoagem. Emanuel Silva e Fernando
Pimenta canoístas portugueses alcançaram o 2º lugar na prova de K2, 1000
metros, disputada no lago Eton, com o tempo de 3m09s699, ficando muito perto do
ouro, arrecadado pela dupla húngara com o tempo (3m09s646).
Tive a felicidade de vibrar com a transmissão em direto da prova. Como portuguesa aplaudi de pé, o esforço, a sua atitude durante a prova. No entanto, não gostei de ouvir as declarações prestadas pelos atletas após a vitória, nas palavras transpareceram que o feito conseguido, foi um pouco “sorte do acaso". Aliás, este "acaso" foi, também, realçado nas declarações do atleta Nelson Évora, campeão do triplo salto em Pequim 2008, referindo-se, aos dois canoístas, disse algo, parecido com isto: “que compreendia muito bem o que eles haviam sentido quando subiram ao pódio e se entreolharam, como estivessem a perguntar: o que é que estavam ali a fazer? - parecia um sonho!” Fiquei perplexa com estas declarações e, sem qualquer demérito, para os feitos conseguidos quer pelo Emanuel Silva e Fernando Pimenta ou pelo Nélson Évora, que não competiu em Londres devido a lesão, afirmo que não pode ser esta, a atitude dos campeões! Obviamente, que a modéstia ou a simplicidade podem ficar bem, quando estiver em análise, um retrato individual da pessoa, mas, nunca num retrato de um campeão, que representa toda uma Nação! Preferia ter escutado, “eles estão ali, porque sabiam que ali era o seu lugar por direito, eles trabalharam arduamente para o conseguir”! Gostei muito da atitude de Clarisse Cruz, a atleta caiu quando liderava a prova dos 3.000 m obstáculos, levantou-se e terminou na quinta posição, qualificando-se para a final.
Este é o espirito que se pretende num campeão conjugado com características físicas impares para a modalidade. Uma sugestão para os próximos jogos que irão se realizar no Rio de Janeiro em 2016, que o Comité Olímpico, reveja, muito bem os critérios para escolha daqueles que irão integrar a comitiva portuguesa. Não basta dizer que vão fazer o melhor que conseguirem, têm que se transcender, têm que elevar o nome de Portugal ao nível dos melhores. A receita? Trabalho, muito trabalho e, principalmente, uma atitude mental, muito forte! Não tragam diplomas, transportem medalhas, a Nação portuguesa agradecerá a todos, muito!
terça-feira, 7 de agosto de 2012
Caixa de Pandora
Decidi num final de tarde beber uma água fresca, junto à beira-mar
e, olhar o horizonte, descontraidamente. A quietude da esplanada
envolvia os meus pensamentos com a cadência das ondas do mar, que vinham e iam, sobre o
areal da praia. Por momentos os meus olhos fecharam-se e o baloiçar das ondas
transformou-se numa suave melodia para os meus ouvidos. A tranquilidade do
local foi quebrada com a chegada de um grupo de jovens que procuravam uma mesa
para se acomodarem. As suas vozes, os risos o arrastar das cadeiras, foram
suficientes para atrair sobre o grupo os olhares das demais pessoas. Olhei-os de soslaio, quase num olhar reprovador pelo
alarido causado. Haviam conseguido perturbar a calma, o sossego daquele espaço.
Tentei de novo sintonizar-me à frequência inicial, sol, ondas, praia. Estava a
conseguir de novo ser absorvida pela beleza do local quando sou de novo
perturbada por um olhar que absorvia os meus movimentos. Direcionei o meu
olhar para a mesa dos jovens, no sentido de descobrir o autor da intromissão.
Lá estava ele, um rapaz moreno, magro, vestido de modo descontraído, com calções
e t-shirt, que me fixava, enquanto, saboreava a bebida. Sorriu-me quando
percebeu que os nossos olhares se cruzaram. Espontaneamente, devolvi-lhe o
sorriso, arrepiando-me pela estupefação do meu ato. Por um instante achei que
conhecia aquele rapaz. Procurarei em velocidade aceder ao meu
arquivo mental, sobre a possibilidade de anteriormente, ter-me cruzado com
aquela pessoa. Vasculhei as memórias de pessoas e lugares, sem qualquer
resultado que pudesse corroborar a hipótese. Aquele rapaz que aparentava ter
a minha idade parecia-me, no entanto, familiar. Digo, mesmo, senti-me atraída por aquele
desconhecido. Decidi terminar a minha permanência na esplanada e levantei-me
para abandonar o local. Um último olhar e sem dizer palavra, voltei a examinar
o jovem desconhecido que, também, me acompanhou com os olhos até
à saída. Que situação bizarra, pensei, para comigo. Em, algumas, ocasiões,
teria considerado constrangedor alguém fixar-me daquela forma e não desviar o
olhar, mas, não consegui associar qualquer sentimento de
reprovação… havia, qualquer coisa, de empolgante na situação e, que mutuamente
nos atraia. Entrei no automóvel e dirigi-me a casa, pelo caminho os meus
pensamentos foram desviados em outras direções. O Verão estava a terminar e o
Outono começava a anunciar-se com temperaturas mais baixas. As árvores
começaram aos poucos a despirem-se das folhas e a colorirem a paisagem como de
tapetes se tratassem. Decidi ajudar a avó nas limpezas de final de Verão. Adoro
a minha avó! Ao longo dos tempos ela soube atualizar os gostos de acordo com as
épocas e as conversas que mantém com os netos são preciosos ensinamentos. Numa
palavra, a minha avó simboliza a âncora da família! Tal como para os
marinheiros, a minha avó corporiza a segurança, um abrigo seguro, o caminho de
volta para casa. Decidimos lavar os tapetes e os cortinados. Retiramos imensas
bugigangas dos móveis. As memórias de mais de cinquenta anos andavam à solta
por toda a casa. A avó pediu-me para levar umas caixas com livros ao sótão.
Subi as escadas, abri a porta e entrei na divisão onde estão depositadas as
quinquilharias de anos e anos. Simultaneamente, o sótão é um local de arrumações
e, para os netos, representa aquele local mágico, que foi palco de inúmeras
brincadeiras em criança. Empilhei sobre outras, as duas caixas que transportava
comigo. Lancei um olhar a toda a divisão e o meu olhar foi de imediato atraído
para os objetos que se encontravam sob a velha secretária encostada à parede. Dirigi-me até ela
e abri uma pequena caixa de madeira que continha alguma correspondência e um
envelope com fotografias. Abri o envelope e verifiquei que se tratavam de
fotografias muito antigas, o que aguçou a minha curiosidade. A maior parte das
pessoas fotografadas eu não conhecia, mas, seguramente, eram amigos da minha
avó. Como seria de esperar lá estava ela, no auge da sua beleza, com os seus
olhos azuis muito brilhantes que parecem estrelas a cintilar. Visualizei as
fotografias uma por uma, até me deter numa em particular, onde estava a minha
avó junto a um rapaz em clima de grande cumplicidade. Naquela fotografia, com
mais de sessenta anos, pareceu-me ver o rapaz que há menos de um mês, tinha visto numa esplanada, junto à praia. Fiquei incrédula, como seria
possível? Os meus pensamentos retrocederam de novo para aquele final de tarde
de Verão, onde o meu clima de sossego, havia sido perturbado, primeiramente,
pela chegada de um grupo de jovens e, seguidamente, pelo olhar pouco discreto
de um deles que não tirava a vista de cima de mim. Claro, que eu soube de
imediato que o jovem que eu tinha visto não se tratava da mesma pessoa que
estava na foto. Mas, efetivamente, eram a fotocópia um do outro.
Diametralmente, alguém que estivesse a visualizar a mesma cena, também,
chegaria, à conclusão que eu e a minha avó somos a fotocópia uma da outra.
Voltando à fotografia, seria este rapaz um antigo namorado da minha avó? Na
fotografia eles pareciam muito felizes… O que teria acontecido no passado para
terem rompido? Nas memórias de família consta que o meu avô foi o grande amor
da vida da minha avó e disso é prova a união de ambos com cinquenta anos!
No entanto, a minha curiosidade tinha-me conduzido até à caixa de pandora da
minha avó. Por vezes o destino, parece querer dar vida às histórias de amores
perdidos. Estaríamos, eu e aquele jovem da esplanada, destinados a
encontrar-nos de novo, para dar continuidade a um projeto, interrompido há sessenta
anos atrás? Saberia aquele jovem que é neto ou parente de um antigo amor da
minha avó? Decidi não contar a ninguém as recentes descobertas. Se
for vontade do destino um dia terei oportunidade de fazer a ponte entre o
passado e o presente e descobrir os pormenores do jardim secreto da
minha avó…
sábado, 4 de agosto de 2012
Uma luz no fundo do túnel
As recordações boas são para serem lembradas com um
sorriso nos lábios, sem perder a consciência do que foi, não volta a ser. Um dos
muitos segredos para ultrapassarmos estados de alma negativos é fazermos sempre
planos para o futuro e nunca deixarmos de ter confiança em nós próprios. A vida
tem obstáculos, mas cabe-nos a nós arranjarmos formas de ultrapassá-los. Nunca,
por nunca, devemos ficar agarrados ao passado, porque isso condiciona o
presente e não nos permite visualizar o futuro com esperança! Nenhuma destas
estratégias são realizadas sem esforço e sem a vontade de querermos mudar. Algumas coisas más que nos acontecem na vida,
são devido ao facto, de mentalmente estarmos permeáveis à receção dessas energias
negativas. Pessoalmente, tento todos os dias colocar em prática uma atitude
positiva perante a vida. A verdade é esta, se não gostarmos de nós próprios, quem
gostará? Tudo na vida são aprendizagens! Apenas não desanimando perante os
obstáculos podemos ajudar os outros. Uma amiga minha descobriu que a sua filha
de 4 anos era autista. Depois de escutar atentamente
o seu desânimo, informei-a que a filha mais do que nunca, precisa dela forte! Informei-a
que a podia colocar em contacto com outra amiga, que tem um filho que, também, é
autista, com mesma idade da filha dela. Expliquei-lhe que existem grupos de
ajuda que arranjam estratégias conjuntas para minimizarem os problemas com os
filhos. Ao frequentar estes grupos de ajuda, passamos a ter noção,
que afinal o nosso problema, não é um caso isolado, antes pelo contrário,
existem muitos pais com o mesmo tipo de dificuldade. Passamos a ter a noção que
estes meninos e meninas, afinal, são muito especiais e, desenvolvem, capacidades
incríveis que outras crianças ditas normais não as têm. Acredito que para todas as situações há sempre uma
luz no fundo do túnel. O primeiro passo para ultrapassarmos o desânimo, que por
vezes sentimos, passa por procurarmos um ombro amigo. A pessoa amiga, provavelmente,
mostrar-nos-á um caminho de muitos que estão à nossa frente. Estou convicta,
que "depois da tempestade há sempre a bonança" e estamos prontos a ajudar outras pessoas a superarem
as mesmas dificuldades. O meu lema de vida é: eu posso, eu consigo!
sexta-feira, 3 de agosto de 2012
Nós e os Outros
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg_s5rj9PBIodwBz3R2RAcgJ0DNrnl7eCwvJvUGxA1V7Adj2fWSgsDYYPXZiUXDvgc67vPPQeixjlwkixn25KjFw7xVCQ0dToadJXWFPZgVddhXyyHYRmfENV-cBLgxdboAPXqkGMa3jhI/s1600/sem+abrigo.jpg)
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