Hoje,
27/10/2012, eram nove horas da manhã, o telemóvel tocou e, do outro lado da
linha, uma colega de trabalho, entre lágrimas e palavras proferidas com
dificuldade, avisa-me que tinha acabado de sofrer um grave acidente rodoviário.
Eu ainda estava pouco acordada mas, aquelas palavras de alguém desesperado do
outro lado da linha, despertaram-me por completo. Tentei extrair o máximo de informações
possíveis, ao mesmo tempo transmitir-lhe calma perante o sucedido. O estado
de choque em que ela se encontrava era nítido na sua voz. Houve alguém solidário que parou a viatura na berma
da autoestrada e lhe prestou auxílio, tendo acionado o número de emergência
nacional (112) para que os bombeiros e entidades policiais se inteirassem do
assunto. Este senhor, teve a amabilidade, de falar comigo ao telefone e
contar-me o que havia presenciado. O pneu traseiro rebentou e, seguidamente, a
viatura entrou em despiste, tendo capotado para fora das faixas de rodagem. Não
sabendo ao certo quantas cambalhotas a viatura deu até se imobilizar… o senhor referiu
que ela teve muita “sorte” em sair ilesa do acidente! A viatura ficou de rodas
para o ar… Tão rápido quanto me foi possível, entrei no meu automóvel para me encontrar
com ela. Demorei quase uma hora a chegar, embora, durante a viagem, por
diversas vezes, estabelecemos contacto telefónico. Quando cheguei junto da minha colega, já
as autoridades (Brigada de trânsito e Bombeiros) haviam realizado o seu
trabalho. O senhor do reboque já tinha carregado a viatura sinistrada e
preparava-se para a entregar numa oficina. Considero que a viatura sinistrada
poderá não ter reparação, dado o estado de destruição que apresenta. A minha
colega entrou no meu automóvel para regressar a casa. No caminho de regresso foi-me
relatando o que se passou naqueles breves momentos, que não soube quantificar se foram segundos ou minutos após o despiste. Ela disse-me: – Durante o
capotamento, eu só pensava que tinha que me aguentar. Eu disse várias vezes a
mim mesma, tenho que me aguentar! Pensei muito no meu tio que faleceu faz um ano. Escutei-a com atenção, ao mesmo tempo, que ia pensando, que ela teve um encontro
com a morte, sem, qualquer, sombra de dúvidas. Disse-lhe: - Sabes, ontem à noite,
coloquei o meu telemóvel em cima do móvel da entrada. Não é o local onde
habitualmente o guardo. O telemóvel está sempre dentro da minha mala e coloco a
mesma na sala de jantar. Foi uma coincidência,
eu o ter deixado na entrada da casa, num local, caso ele tocasse, eu
conseguia ouvir no meu quarto de dormir, se o tivesse deixado na sala, dificilmente
isso, teria acontecido… Depois de alguns
minutos de diálogo, calei-me, pela necessidade de recuar dezasseis anos, na
minha memória. No dia 28 e Março de 1996, eu e aminha irmã sofremos um grave
acidente rodoviário na mesma autoestrada. No meu caso um motorista de camião, embriagado,
ao mudar de faixa de rodagem, embateu violentamente no veículo que eu conduzia,
tendo, o mesmo, entrado em despiste, fazendo vários peões na estrada. Recordo como se fosse
hoje, numa fração de segundos depois do abalroamento, o automóvel começou a
rodopiar pelas duas faixas de rodagem, tendo-se, imobilizado no separador de betão
que dividia os dois sentidos, norte – sul. Eu, tal, como, a minha colega que havia relatado
sobre a lembrança do tio, também, durante, o tempo que duraram os peões do veículo, lembrei-me,
da minha falecida avó… quando eu e a minha irmã saímos da viatura pela janela,
porque as portas não abriram, verificámos do automóvel, um pequeno utilitário, havia somente, sobrado
o nosso habitáculo, todas as restantes partes, estavam muito danificadas. Havíamos saído de um grave acidente, ilesas e
sem qualquer escoriação. Quem assistiu ao acidente e, foram muitas as pessoas,
estavam “perplexas” com o facto de estarmos bem, contrastando com o estado do
automóvel, completamente, desfeito. Só para terem uma ideia o capô do automóvel,
devido ao abalroamento do camião, saltou e foi embater na viatura que viajava atrás de nós. Também, por “sorte”
os ocupantes da outra viatura não sofreram danos, apenas a frente desse automóvel ficou muito danificada…
Também, por “sorte” não viajava, ninguém na faixa à esquerda da nossa,
quando entrámos em despiste; também, por “sorte” não viajava, ninguém na faixa mais
à esquerda do sentido sul-norte (faixa de rodagem contrária à nossa, que viajávamos norte-sul),
porque o separador de betão que nos imobilizou, devido à força do embate,
deslocou-se para a faixa de rodagem. Tal, como, aconteceu, hoje, à minha colega de
trabalho, eu e a minha irmã em, 1996, também, tivemos um encontro com a morte. Depois
de sairmos da viatura, ocorreu-me, de imediato, que aquela não era a ”nossa hora”. Ocorreu-me, também, que Deus havia-nos poupado a vida porque
tínhamos “missões” ainda a cumprir. Desde aquele dia, que embora, se possa considerar
de fatídico, considero que me tornei melhor pessoa. Esforço-me no dia-a-dia para
desvalorizar ações ou palavras negativas de outras pessoas, não lhes atribuindo
demasiado significado. Embora as atitudes fiquem sempre para quem as pratica,
passei a relativizar muitos assuntos e dar menos importância a situações que
antes do acidente me incomodavam. Tento, assumir uma atitude positiva perante a
vida e agir com necessária serenidade. Desejo que a minha colega tenha, tal,
como eu, e, como a minha irmã, aprendido “esta” lição. Considero que nesse dia
28 de Março de 1996 eu e a minha irmã renascemos, foi-nos dada outra
oportunidade para continuar a viver…
sábado, 27 de outubro de 2012
sábado, 20 de outubro de 2012
Conversas entre Amigas
Esta semana fui surpreendida com uma mensagem enviada por uma amiga, através do facebook. Ela, perguntou-me:
- O que fazes quando estás desesperada e sem forças para continuares a lutar? Agarras-te a quê para continuares em frente? Sem pensar duas vezes, respondi-lhe:- Agarro-me, sempre, a DEUS! Não deves em circunstância alguma, deixar de procurar a luz ao fundo do túnel! Porque a luz, está lá sempre, às vezes somos nós, que fechamos demasiado os olhos e a deixamos de ver! Tantas vezes já desesperei! Tantas vezes que achei que não valia a pena seguir em frente... mas, atrevi-me a dar o passo seguinte e, aprendi, a deixar de ter pena de mim! Desde algum tempo atrás, que passei a gostar muito de mim! Sou a melhor amiga de mim mesma e, como tal, protejo-me das coisas menos boas da vida. Tu, já me conheces, mesmo em circunstâncias difíceis, tento, dar à vida uma atitude positiva! Mesmo, quando, vejo a casa a "arder", tento apagar o incêndio com um sopro... Perguntar-me-ás, se fazer isto é fácil? Não, não é! Às vezes é tarefa muito difícil! Mas, quanto mais envelhecemos, mais experiência de vida ganhamos e, em alturas complicadas, a sabedoria aprendida ao longo do tempo, dar-nos-á uma boa ajuda para ultrapassar os obstáculos do caminho! Tento ter sempre pensamentos puros e, raramente, me arrependo das decisões que tomo. Não tenho a veleidade de pensar que todas as pessoas gostam de mim. No entanto, isso, não é coisa que me prenda a atenção por muito tempo. Pelo, simples facto das pessoas de quem eu gosto, elas, também, gostam de mim! Não faço juízos precipitados, nem tão pouco através de opiniões de outros! A minha opinião sobre as pessoas e sobre tudo o que me rodeia é sinónimo de análise sob muitos pontos de vista. Tento nunca me precipitar na tomada de decisão. As pessoas são todas elas diferentes entre si e, em consequência, essa multiplicidade de personalidades e de gostos, enriquecem o nosso conhecimento! Reafirmo, a Fé é mesmo, a última coisa a perder, quando tudo o resto parece faltar! Acredita, amiga, quando semeias coisas boas, colherás coisas boas! O mesmo acontece com os pensamentos e com as atitudes. A luta interior, como te disse às vezes é difícil, mas tem valido sempre a pena! A vida são missões de aprendizagem! As lições só terminarão, no último segundo, antes da nossa derradeira viagem… A minha amiga respondeu-me:
- Obrigada pelo apoio querida, este tempo (estava um dia chuvoso e ventoso) é que também, não ajuda nada! Está tudo bem contigo e com os teus? Respondi-lhe:
- Comigo está tudo OK, Graças a Deus!
terça-feira, 9 de outubro de 2012
Ao pôr-do-sol
Daqui a 20 anos vejo-me sentada contigo a partilhar as nossas memórias. Estaremos, juntos lado a lado, num areal de praia, num final de tarde, contemplando a beleza da paisagem que nos rodeia. O sol, tal, como nós, começará, lentamente, a desaparecer no horizonte. A nossa conversa desenrolar-se-á com facilidade, ao ponto, dos temas, quase se atropelarem, uns nos outros. Sorrirás para mim e, eu, retribuir-te-ei, de imediato, o sorriso. As nossas mãos, já gastas pelo tempo, estarão juntas. Falaremos das viagens que fizemos ao longo da vida. Descreveremos, os pormenores dos lugares, das pessoas, das coisas que nos tocaram. Dir-me-ás que em certos momentos, quando a saudade apertou, conseguiste-me encontrar na beleza das flores, nos cheiros da natureza ou no amanhecer ou no pôr do sol. Outras vezes, pegaste nas minhas palavras que te confortaram no silêncio das noites. Falaremos dos sonhos perdidos e daqueles que realizámos. O mundo à nossa volta, esse, deixará de nos interessar, seremos, absorvidos, pelo momento. Perguntar-nos-emos, porque a vida tomou determinado rumo, quando podia ter tomado outro diferente. Responderemos, a todas as interrogações, com o desapego de alguém que nada tem a esconder. Lembraremos, conversas antigas, deixadas a meio, que recomeçam, como, se os anos, não, tivessem, passado. A experiência de vida, essa, fará com que aproveitemos, sofregamente, todos, os segundos. Ainda, teremos, forças, para fazer planos futuros, os nossos próximos 20 anos. Diremos que serão os derradeiros e que teremos que aproveitar tudo muito bem. Nesse, momento, aninhar-me-ei em ti, e tu, ternamente, tentarás me proteger. Ouvir-me-ás dizer que não receio a partida e, se porventura, viajar antes de ti, quando chegares estarei à tua espera para continuar o diálogo. Quando já estivermos cansados de tanto falar, ficaremos, juntos, na quietude do lugar, disfrutando a presença um do outro e, possivelmente, o melhor momento, das nossas vidas …
sexta-feira, 5 de outubro de 2012
Coisas que a vida me ensinou...
A vida já me ensinou
tantas coisas e sei que continuará a ensinar. De todas as coisas que aprendi, quero,
acreditar que o bem vai prevalecer, sempre, sobre o mal. A luta que travamos, muitas
vezes no nosso interior e, também no exterior, levará a que algumas vezes, sejamos, tentados, a perder a esperança. Como, sempre, acontece, é nestes momentos
de inquietude, que os anjos vêm em nosso auxílio. Não sou do género de
pessoa que frequente, regularmente, a Igreja. Estou, no grupo daqueles, que não pretendem intermediários, nas conversas intimas com Deus. Embora, tenha a ressalvar que me sinto sempre bem, cada vez que visito a casa do Senhor! Fiz a primeira comunhão aos 39
anos, porque aos 9 anos não pude realizar esse meu desejo… fi-lo em idade
adulta, muito consciente do meu ato. Tentei, fazer o Crisma, lamentavelmente, o
percurso, não foi concluído, não gostei daquilo que escutava no grupo, mas, o
erro só pode ser meu, portanto, a caminhada continua, sozinha, com Fé!
Respeito, todas as confissões
e religiões! Repudio as guerras que se fazem por este mundo fora em nome de
Deus! Deus é pai e, como tal, quer o melhor para os seus filhos! Infelizmente, penso
que a luta titânica que travamos entre o bem e o mal, acompanhará a Humanidade
até ao fim dos seus dias. Cabe a cada um de nós fazer a escolha acertada, entre
uma e outra decisão. Em muitos momentos (senão, em todos), devemos estar
atentos aos sinais. Esta semana, recebi vários sinais. Alguns sinais, eram de
alerta para determinadas situações, escutei os meus receios e recuei. Senti,
que precisava de proteção extra. Falei das minhas inquietações com algumas
amigas do coração, pedindo-lhes orações. A ajuda chegou, no exato momento, como,
chega sempre, para quem a solicita! Aprendi, a custo, e, ao contrário do que
julgava, que não se deve olhar o mal nos olhos…não, por recear, mas, porque,
nada se tem a ganhar no desafio e, inclusivamente, podemos deitar tudo a
perder! O mal é demasiado ardiloso e conhecedor dos caminhos alternativos para
atingir os seus propósitos. Há que estar alerta e pedir ajuda aos anjos protetores,
podem ser divindades como pessoas especiais que nos rodeiam. No momento exato
saberemos a quem recorrer. A comunhão das orações, criará uma rede de proteção
muito poderosa e, capaz de fazer milagres, perante situações extremas. A vida, em
toda a sua plenitude, são ensinamentos, há que continuar a acreditar, que
melhores dias virão! Na nossa ação diária, bastará agir com o coração puro e, não
ficar à espera que o “milagre”, só por si aconteça...
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