Não
sei o que acontecerá no dia depois de amanhã. Também não é coisa que me
inquiete. Algumas, vezes, dou comigo a pensar, o porquê das coisas, sem chegar,
a uma explicação que permita utilizar o mesmo método de ação em cenários
aparentemente iguais. Não existe a mínima dúvida, que embora, por vezes, achemos que os
acontecimentos da vida se repetem, isso seja uma verdade irrefutável.
Pessoalmente, ainda, não encontrei, uma prova, para tal, evidência. Poderá
haver fragmentos, qualquer coisa que nos transporte de memória em memória, numa
viagem entre o passado e o presente, mas, cujo resultado, originará, sempre,
uma nova história, um novo acontecimento. O mistério da vida é demasiado
elaborado para ser comprovado através de uma experiencia científica. Às vezes,
até sinto receio de desejar as coisas… já não é a primeira vez, que aquilo que
desejo acontece. Gracejando, um pouco, com a situação, digo, se um dias destes,
desejar muito que “me saia o euromilhões ou outro qualquer prémio de jogo”,
ainda me habilito a ficar rica… estou obviamente, a ironizar com a situação,
garanto, que já joguei e, a única coisa que me saiu, foi o dinheiro do bolso,
quanto ao prémio, nem, tive direito, a uma pequena compensação, que permitisse
tentar de novo. Acho, que o Universo, não se mete nessas coisas do jogo.
Talvez, as minhas lotarias, sejam pessoas, sejam frases, sejam palavras, sejam
os momentos na procura da Felicidade. Efetivamente, acho que vou colecionando
prémios com o avançar da idade, passei, a dar mais significado às sensações, ao
pulsar da vida, aos pequenos instantes. Neste momento dou valor a tudo o que é
efémero, possivelmente, pela curta duração em que as coisas acontecem. Não
confundir o significado de efémero como algo descartável, antes, pelo
contrário, para mim, esta palavra está revestida de conteúdo muito precioso.
Obviamente, que o sentido, de qualquer coisa, onde, também, se englobam as
palavras, pode ser de conotação negativa ou positiva. No caso em concreto,
penso no efémero, como algo positivo, de bom, indo ao seu étimo, um termo de
origem grega em que ‘ephémeros’ significa “apenas por um dia”... como, escrevi,
no inicio, desconheço o dia depois de amanhã…
o que eu penso que sei, é que é todos os dias acrescento mais qualquer
coisa ao conjunto das ações e atitudes diárias e, no derradeiro capitulo, originarão a soma de todas as partes, da minha
história de vida.
sábado, 25 de maio de 2013
sábado, 18 de maio de 2013
Pontes da memória
A Ti, jovem mãe, pelo teu exemplo de Amor
A
Tragédia de Entre-os-Rios, ocorrida a 4 de março de 2001, pelas 21:15 horas,
consistiu no colapso da Ponte centenária Hintze Ribeiro, que fazia a ligação
entre Castelo de Paiva e a localidade de Entre-os-Rios. Consequência direta do
acidente resultou na perda de vida de 59 pessoas, alguns, eram passageiros de um
autocarro, outros, de três automóveis que tentavam alcançar a outra margem do rio
Douro. Os passageiros do autocarro regressavam a casa depois de uma excursão,
vinham todos, de um dia alegre e bem passado. Muitas daquelas pessoas que
viajavam no autocarro tinham relações familiares entre si, outras, tinham
relações de amizade. Consequência, também, daquele fatídico domingo,
várias famílias, foram privadas da companhia, dos seus entes queridos, que não
chegaram à outra margem. Nesse domingo, de forma imediata, uma tristeza
se abateu sobre mim. Das muitas tragédias que vão ocorrendo pelo mundo e,
também, no meu país, esta tocou-me, em particular! Eu, na altura, aproveitava
ao máximo os meus fins-de-semana para estudar. Lembro-me que agarrava com força todas oportunidades, para ser
bem-sucedida no meu curso superior. Afinal, por tendência eu não viro as costas
aos desafios e, muito menos às metas pessoais, portanto, tentava, aproveitar ao segundo,
o tempo sobrante da minha rotina profissional e pessoal para me preparar para
as avaliações académicas. Naquele mês de março, sentia-me, desgastada
psicologicamente e fisicamente, com o ritmo imposto de trabalhadora-estudante e
mãe de família. Em 2001, era, também, uma mãe recente. A minha filha, tinha
completado, há pouco tempo três anos. Por mais energia que eu possua, sentia-me
na época, que não estava à altura de todas as exigências a que me tinha
proposto. Não gosto de fazer as coisas só por fazer. Tudo para mim tem que ter
um propósito e de preferência dar prazer. Considero que o prazer é uma
espécie de ingrediente secreto para a felicidade, quando o depositamos nas
nossas realizações, o resultado final, é sempre melhor. Recuando de novo, àquele domingo, 4 de março de 2001, lembro-me
de estar a estudar para a disciplina “Teorias Sociológicas”. Esboço, um
sorriso, agora que escrevo isto, porque se algum dos meus colegas ou antigos
professores (agora, também amigos) ler este texto, concordarão, que esta
disciplina basilar do curso é, também, o “calcanhar de Aquiles” para muitos
estudantes. Como relatava, fiquei perturbada ao receber a notícia da derrocada
da ponte e, continuei, assim, nos dias que se seguiram, quando as vidas daquelas
pessoas, deixaram de ser meras estatísticas e, passaram a ser vidas de gente,
com história pessoal. Naquele dia em Portugal, houve demasiadas lágrimas, como
sempre ocorre em todas as tragédias. Houve demasiado sofrimento e demasiados
adeus. Fixei, a minha atenção, em particular na história de uma jovem mãe que
viajava no autocarro e transportava o seu rebento ao colo. Outra, consequência
do acidente, foi o facto, de muitos dos corpos ao caírem às águas do rio, nunca
terem aparecido, foram levados pelas correntes. Mas, aquela mãe, mesmo num
momento de aflição não largou o seu bebé dos seus braços, mesmo, sabendo da
inevitabilidade do fim… ambos, foram, resgatados das águas, sem vida. Aquela
mãe, lutou com todas e mais algumas forças, para que não fosse separada do seu
filho e conseguiu! Foram juntos a enterrar, ninguém os separou! Os humanos no
seu esplendor, têm estas coisas, de preservar, para memória futura exemplos de
amor grandioso. Não creio que existam palavras que consigam traduzir a
magnificência desta imagem. Outra consequência, para mim, naquele dia foi a
lição retirada daquela tragédia. Jurei,
que acontecesse o que sucedesse na minha vida, em honra daqueles que perderam a
vida, eu tinha obrigação de simplificar as minhas lutas! Principalmente,
em honra daquela jovem mãe, eu teria de dar significado ao seu sacrifício. A
única coisa que podia fazer por alguém
que não conheci, mas, que admiro pela força, seria, honrar o amor que ela
demonstrou pelo filho, não o largando na força das águas do rio…ela, ficou com
ele, abraçando-o contra si. Revi-me nela, eu teria, feito, exatamente a mesma
coisa! Em silêncio, acho que lhe direcionei as minhas palavras de admiração, que sorri, para
alguém que não conheço, mas, de quem me lembro, quando algum obstáculo se
atravessa no meu caminho. Acho que lhe dedico, muitos momentos da minha
vida, preferindo, é certo, todos aqueles com final feliz. Desde aquele dia que
a pretendo visitar na sua morada final, na localidade Entre-os-Rios. Numa
altura em que viajava, já estive perto da localidade, mas, não consegui
convencer, quem me acompanhava, a fazer o desvio no trajeto, até ao cemitério
e, procurar pela morada daquela jovem mulher. Um dia colocar-me-ei a caminho e
irei visitá-la. Recordo, também, quanto finalizei o meu curso superior com mais
ou menos dificuldades, houve três pessoas a quem dediquei o meu esforço: à
minha mãe, à minha filha e, o meu o pensamento voou até à jovem mãe de
Entre-os-Rios, a quem disse Muito Obrigada, por ter transformado com o seu
exemplo de Amor as minhas dificuldades em nada! Afinal, a força que ela
transmitiu, foi coisa suficiente, para em muitos dias eu sorrir, mesmo,
algumas, vezes, com os olhos cheios de lágrimas.
sábado, 11 de maio de 2013
Hino à Amizade
Aos Meus Amigos
Já não é a primeira vez, que tenho a felicidade de me cruzar com pessoas muito especiais. Este ano, foi em abril e, depois no mês das flores, em maio, que fui bafejada, com a presença de novas pessoas, muito especiais.Todas elas, sem exceção, entraram na minha vida, cada uma delas, à sua maneira e, em contextos diferentes, transportando consigo, uma esperança renovada nas relações interpessoais. Às vezes tenho a sensação, que uma Entidade, muito atenta às nossas ações, escreve a nossa história de acordo com os nossos silêncios, escutando as nossas preces, encarregando-se de colocar determinadas pessoas, no nosso caminho. Em abril deste ano a minha filha mais velha sofreu uma lesão no pé durante uma aula de educação física. Assim, fui, obrigada durante um mês, a desdobrar-me e a planificar as minhas atividades, de modo a poder acompanha-la, semanalmente às consultas de ortopedia e, diariamente, às sessões de fisioterapia. Portanto, uma situação desagradável, que foi a lesão no pé da minha filha, colocou-me em contacto com duas excelentes fisioterapeutas, que vieram, quase no final das sessões a revelarem-se, como dois seres humanos de nível excecional.Daquelas pessoas que entram na nossa vida e, mesmo, que as voltas da vida não nos volte mais a juntar, tenho a certeza absoluta, que a lembrança das nossas conversas, perdurará no tempo como coisa boa de lembrar. Noutro, contexto, fui bafejada, com a presença de outra amiga, que pela proximidade à minha rotina diária, tenho a certeza, que iremos dia após dia, descobrir novas afinidades. E, assim, acontece a Amizade! Considero a Amizade, uma das mais maravilhosas formas de amar, talvez, a mais forte, aquela que mais resiste aos obstáculos, que nos acompanha, sem nada pedir em troca.
Os amigos, fazem com que alguns dias cinzentos, se transformem em dias cheios de sol. Os Amigos não permitem que fiquemos sozinhos à deriva, algumas vezes transformam-se em portos de abrigo em dias de tempestade. Não posso neste pequeno desabafo, deixar de mencionar, todas aquelas pessoas que tanto estimo e, que já fazem parte do meu circulo de amizade, algumas das quais, diga-se por força dos sinais do tempo, virtualmente; sem, elas, acho que a minha vida não teria muito significado… não me atreverei sequer a mencionar um nome, com o fundado receio de me esquecer de alguém inadvertidamente.O que posso escrever, neste, momento, é que todas aquelas pessoas, aquelas a quem considero, podem, como sempre, contar comigo, eu, farei o mesmo, em relação a todas elas!
Os amigos, fazem com que alguns dias cinzentos, se transformem em dias cheios de sol. Os Amigos não permitem que fiquemos sozinhos à deriva, algumas vezes transformam-se em portos de abrigo em dias de tempestade. Não posso neste pequeno desabafo, deixar de mencionar, todas aquelas pessoas que tanto estimo e, que já fazem parte do meu circulo de amizade, algumas das quais, diga-se por força dos sinais do tempo, virtualmente; sem, elas, acho que a minha vida não teria muito significado… não me atreverei sequer a mencionar um nome, com o fundado receio de me esquecer de alguém inadvertidamente.O que posso escrever, neste, momento, é que todas aquelas pessoas, aquelas a quem considero, podem, como sempre, contar comigo, eu, farei o mesmo, em relação a todas elas!
quarta-feira, 8 de maio de 2013
Hoje é o meu Dia!
Hoje é o dia do meu aniversário! Gosto muito de fazer anos mas não gosto de envelhecer… a imagem que o espelho reflete, não traduz, em nada o meu espirito. O espelho não tem a capacidade de reproduzir a alma e a energia que o meu corpo emana. Neste dia sinto-me bem comigo e com o Mundo. Desejo que este meu estado perdure no tempo sem haver limite… que sensação tão gostosa de sentir. Este ano comecei a comemorar o meu aniversário com algumas horas de antecedência. Acho que esta foi a melhor forma de homenagear a minha Mãe, por tudo o que ela representa para mim! Afinal este dia 8 de maio é tão meu como é dela. Aliás, em cada dia que passa sinto-me mais parecida com ela. Acho, no entanto, que ela ainda me vence, pela beleza, pela sua sabedoria e, especialmente pelo Amor! Esta noite não adormeci antes de nascer, dialoguei com o meu interior, aproveitei para arrumar o pensamento, flutuei pelo sonho e esperei calmamente pela uma e meia da madrugada. Acho que adormeci logo a seguir, não recordo de olhar mais o relógio. Esta manhã, levantei-me, à hora de sempre, com energia renovada. Numa palavra, sinto-me bem, sinto-me feliz!
sábado, 4 de maio de 2013
Felizes para Sempre
Pode-se
morrer por amor? Poderá à partida parecer uma frase sentimentalista, mas, a prática,
ajuda a contrariar, alguns artifícios da escrita. Aconteceu, enquanto esperava pela minha boleia, assistir a um insólito na minha cidade.
Duas senhoras, colegas de trabalho, dirigiram-se a uma casa, que se situa numa
zona antiga mas muito aprazível. Reparei, que junto da entrada da pequena casa de
rés-do-chão e primeiro andar, estavam outras pessoas, que não saiam da frente
da porta de entrada. De início, considerei, que, efetivamente, alguma coisa se passava
dentro da habitação, mas, tratando-se de uma zona residencial antiga, onde a vizinhança
se conhece, que nada de muito grave acontecera. Mas,
eu estava enganada… passados, poucos instantes, depois das duas senhoras que há pouco
referi, terem entrado na dita casa, elas saíram de lá. Uma das senhoras, mal
conseguia, andar, saiu, da casa amparada pela outra, lavada em lágrimas. Fiquei
de repente sem perceber o que estava a acontecer. Como tinha que voltar ao
local na semana seguinte, procurei saber o que sucedera naquele dia. Então, contaram-me,
que naquela casa, vivia um casal de idosos, pais da senhora que eu vi a chorar
convulsivamente e, como sempre ela fazia no final de cada tarde, saia do
trabalho, entrava na casa para ver como eles estavam. Naquele dia aconteceu o
insólito! Mal entrou na casa, deparou-se com um cenário macabro. Na cama jazia
a sua mãe, uma senhora de idade, acamada por doença perlongada há vários anos e
no corredor jazia o pai que colocou fim à própria vida, naquele dia, com uma
corda… Não consigo imaginar o que terá passado pela cabeça daquela senhora ao
visualizar aquele cenário… Numa assentada, ela, naquele final de Abril, ficou sem os pais. Terão dito outras pessoas, que o pai, sendo um senhor já idoso, não
terá aguentado o desgosto de ver a sua companheira de muitos anos sem vida e,
decidiu, também, partir… Pensei ao ouvir esta história, que, efetivamente, a dor da
partida da pessoa que tanto gostamos pode ser tão forte que não permite resistir
ou deslumbrar um futuro sem a companhia da outra metade de nós... Outra situação que me
ocorreu e, que sucede a alguns idosos na atualidade é, confrontarem-se com a
dor da solidão. Os nossos idosos, percebem, ou melhor, sentem, que a velhice
não os favorece e podem com facilidade transformarem-se em fardos incómodos para
os filhos ou netos… Pessoalmente, prefiro neste caso em concreto, pensar que se tratou, sem dúvida de um ato de amor! Desejo mesmo que uma entidade superintendente
permita a estas duas almas, continuarem juntas, onde a doença, a dor, o sofrimento, não os
acompanhe na eternidade dos dias e, possam ambos serem Felizes para todo o sempre!
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