Podiam
ter sido felizes mas não o foram. Caminharam lado a lado sem construírem pontes
que ligassem as margens. O caminho percorrido, foi algures no tempo interrompido.
Estavam lado a lado como duas linhas paralelas, que se entreolham, mas, jamais,
se cruzam. Intimamente desejaram que o mau momento passasse e a brisa do mar levasse consigo todo o desassossego..Tal nunca sucedeu. A brisa marítima pairou sobre as ondas, mas não levou a tristeza, que a outros pertencia. Nem
tão pouco transportou as lágrimas que dariam para formar um novo oceano. As conversas
que nunca foram diálogos passaram a monólogos. De pessoas passaram a sombras que deambulavam de um lado para o outro, sem pressa de chegar a qualquer destino. Procuraram desesperadamente,
um raio de sol. Pensaram que um simples raio de sol bastaria para
iluminar a penumbra em que se encontravam. Mas um nevoeiro denso, apoderou-se das
suas vidas e dificultou a visibilidade interior. De sombras passaram a náufragos que anseiam por uma bóia de salvação. O socorro tardou em chegar. E, naquela lenta
e dolorosa agonia aquelas almas já não eram gente, eram moribundos que aguardavam
a chamada para a linha final…
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