sábado, 26 de janeiro de 2013

Sentimentos de amizade

Quando tinha dez anos durante uma aula de educação visual a professora pediu para desenharmos o rosto do colega sentado à nossa frente. Desde muito nova percebi que tinha poucas hipóteses de ser bem sucedida nas expressões plásticas. Tentei sem sucesso desenhar o rosto da minha colega, segui as orientações da professora, mas, infelizmente, o resultado ficou aquém, do modelo original. Embora a minha colega, tivesse, tal, como, eu, desenhado o meu rosto, o resultado, também, não, foi bem, o esperado. Mas, devo reconhecer que existiam algumas semelhanças. Esta história, vem a propósito de hoje, ao visualizar uma foto, a imagem  salientar o traçado dos meus lábios. Instantaneamente a minha memória, regrediu  trinta anos no tempo, fazendo-me, recordar, daquele dia, na aula de desenho com a minha colega Helena. Ela aos dez anos havia conseguido captar e desenhar esse  contorno. Confesso que realizei um esforço suplementar para me recordar do seu nome. Neste instante com o passado, retive, também, um sentimento positivo. Embora já não me lembre muito bem das feições da Helena, recordo-me de gostar e de me dar bem com ela. Não me lembro em pormenor de alguma conversa ou de algum acontecimento que tivesse ocorrido durante as nossas caminhadas de casa para a escola. Quando aos doze anos finalizamos os estudos naquela escola preparatória não nos voltamos mais a encontrar. Desejo que na trajetória de vida a Helena tenha sido feliz …Também, a propósito da lembrança de pessoas com as quais nos cruzamos na vida, recordo  um  episódio que  ocorreu esta   semana. Tive uma colega de trabalho com a qual trabalhei durante quatro meses e, de forma quase instantânea, a ela  me afeiçoei. Sendo certo, que mantenho com esta colega, mesmo à distância, um contacto regular  foi um  prazer revê-la pessoalmente! Depois de um caloroso abraço inicial, estivemos à conversa como se nunca tivéssemos deixado de o fazer. A dado momento, perguntei-lhe em brincadeira em quantas vidas, nós a duas já nos havíamos encontrado. Na certeza que se tal sucedeu, gostei sempre dela. Ela relatou-me que naquele dia, fazia exatamente um ano, que tinha deixado de trabalhar naquele lugar. Aproveitámos todos os minutos da visita para colocarmos em dia a conversa. Quando ela saiu de junto de mim, senti-me invadida por uma sensação de carinho. Decidi nesse instante escrever e dizer-lhe o quanto tinha gostado de a rever. Cada vez mais com o avançar da idade, considero que devemos expressar aos outros aquilo que sentimos porque amanhã pode ser tarde demais. Tenho a convicção que palavras positivas, poderão em alguns momentos fazer a diferença junto daqueles de quem gostamos. As palavras e os “ombros amigos” são muitas vezes suficientes para inverter situações indesejadas. Embora não seja uma tarefa fácil explicar os sentimentos, considero que a amizade é um conjunto de emoções cujos alicerces assentam, essencialmente, no conhecimento mútuo, no respeito, na estima e na afeição entre pessoas e que vale a pena preservar!

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