Amor,
Não foi fácil ultrapassar a saudade. Caminhei demasiado tempo sozinha na estrada da vida.
Confesso que houve alturas que pensei que o sol se escondia atrás das
nuvens só para não sorrir para mim. Durante um tempo, a minha alma só conheceu
um clima de inverno, cuja intempérie parecia não querer dar tréguas. Combati como um bravo soldado a dor interior que em cada golpe despendido
me esquartejava o coração. Eu sabia, que em cada batalha vencida,
uma outra batalha seria perdida. Em muitas noites e, também, em muitos dias temendo que a fonte secasse, fechei os olhos, com o intuito de parar a força das águas que escorriam intensamente. Dei por mim algumas vezes pensando se este
caminho era o correto. Ao mesmo tempo, pensava o que fazer com a vida e seguir em frente. Amor, reconheço que demorei muito tempo para tomar decisões. Mas pretendia dar passos firmes e seguros. Lembras-te, amor, em alguns momentos, ainda te pedi ajuda, numa tentativa de encontrarmos outros caminhos que não estes por onde seguimos. Amor,
naquele, tempo, eu, ainda, achava, que a nossa história podia ter outro final.
Mas, tu, amor, decidiste caminhar à minha frente, deixando-me, demasiadas vezes para trás. Amor, são nos
pequenos gestos onde demonstramos o grau de importância que cada pessoa ocupa
na nossa vida. Às vezes basta uma pequena conversa, um pequeno agrado, para
transmitir confiança ao presente. Durante algum tempo considerei que o amor se
assemelhava a uma espécie de poesia, onde o autor toma a liberdade para
recorrer a recursos de linguagem para manipular as palavras. Acho que já
não penso mais assim. A poesia é demasiado séria para eu comparar com a
nossa história. A coisa boa, amor, é que agora o sol, começou de novo a brilhar
no meu horizonte. Também, já consigo lembrar de ti, não te atribuindo culpas
desnecessárias. Quando o amor se vai, da história d'outrora, guarda-se na memória as boas recordações.
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