Hoje amiga lembrei-me de ti, hoje em particular porque se trata de uma data especial!
Também, lembrei de mim até porque as
datas dos nossos enlaces se separam por um ano e um dia. Eu em alguns dias continuo a
sonhar, noutros, acho que os sonhos me foram roubados, mas continuo a acreditar,
tu pelo contrário já partiste. O teu trajeto foi interrompido. Embora com pesar
desejo que repouses em paz. Lembrei-me de te homenagear com uma história, uma
daquelas que descreve um amor interrompido, mas cujo o final talvez seja feliz…
Com passos
curtos e sempre em silêncio chegaram à Igreja onde tinham trocado votos. Entraram
no espaço sagrado sem dizer palavra. O acto foi todo ele muito solene. Sentaram-se lado a lado na
primeira fila de bancos e pregaram os olhos no púlpito junto ao altar. Sem
nunca trocarem olhares engoliram na garganta as lágrimas que se amontoavam nos
olhos. Recordaram o dia em que juraram amar, respeitar até que a morte os
separasse. Naquele dia há muitos anos pensaram que aquela felicidade duraria
para sempre. Sentados lado a lado desejaram dar um abraço, qualquer coisa de
mágico que os pudesse amarrar para o resto da vida. Desejaram mas não
o fizeram, permaneceram sempre em silêncio na esperança que Deus os ajudasse a
encontrar o caminho. Estiveram,
assim, um tempo, não mais que uma hora. Tocaram-se dando o sinal que deviam levantar-se
e sair. Desceram as escadas da Igreja, de rosto fechado e sem
palavras. Na porta, encostaram os rostos, beijaram-se na face e despediram-se.
Haviam de voltar àquele local sempre que quisessem sem ressentimentos ou
mágoas. Há dias onde o inesperado acontece e onde os corações separados se
voltam a encontrar. Há dias em que se acredita que o impossível pode ser sempre possível.
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