quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Sociedade de Contrastes


Tenho dificuldade em imaginar a sociedade portuguesa dentro de vinte anos! A taxa de natalidade em Portugal era, em 2011, a quarta mais baixa da União Europeia, com 1,35 nados-vivos e, em 2013 o declínio de nascimentos continua a acentuar-se. Estamos perante uma sociedade muito doente e aparentemente nada se faz de concreto para travar este hediondo flagelo. As explicações para compreender os contrastes sociais residem na própria organização da sociedade! Numa sociedade moderna somos todos definidos pelo trabalho. Não podia no meu entender estar mais atual a Teoria de Karl Mark sobre o “Capitalismo”. A relação entre as classes é sempre uma relação conflituosa, por ser desigual. Ele chamou o Capitalismo de "ditadura da burguesia", executada pelas classes ricas para o seu próprio benefício. O proprietário dos meios de produção é quem define o tempo, o ritmo e o valor do trabalho do trabalhador, que por sua vez é dono apenas da sua força de trabalho. Analisemos as condições de vida de muitos portugueses: qual o rendimento escolar de muitas crianças que chegam às escolas sem refeições?! Como podem muitos dos jovens constituírem família e, consequentemente, terem filhos quando a sociedade onde nasceram lhes veda a possibilidade de conseguir trabalho?! Diametralmente, qual a esperança que se pode transmitir a um adulto, que em virtude das muitas falências/insolvências, procura trabalho a partir dos quarenta anos?! Quais as condições de trabalho adotadas por muitas empresas quando têm a consciência que existe uma percentagem de assalariados disponíveis para ocuparem os postos de trabalho?! Salário mínimo para trabalho máximo! Portugal está a deixar sem futuro a geração mais qualificada de sempre! De acordo com o sociólogo João Teixeira Lopes a existência de jovens licenciados ao emigram para França para escaparem à precariedade deve-se à  sua «invisibilidade perante as instituições e perante a diplomacia». «Na verdade [estes jovens] significam, em muitos casos, competências, talentos, capital humano que está neste momento a ser exportado pelo país.» São vários os estudos que apontam que o fosso entre os mais ricos e os mais pobres é acentuado, a desigualdade de rendimentos familiares e salariais, faz com que Portugal seja "um dos países mais desiguais da Europa". A tomada de consciência sobre a problemática das “desigualdades sociais” é o primeiro passo para que todos os portugueses possam exigir sobre os responsáveis económicos, políticos e sociais medidas efetivas para inverter o estado de situação a que chegamos. Os meus votos para 2014 passam por Acreditar que o futuro de Portugal está nas mãos de cada um de nós e, nas ações coletivas que possamos empreender para exigir uma sociedade mais justa!

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