sábado, 28 de abril de 2012

Introspecção

Como vem sendo habitual desde alguns meses, todos os sábados pela manhã, tomo o pequeno-almoço, ao mesmo tempo que assisto na televisão às notícias que marcam o dia. Depois, sento-me, ao computador e dedico, aproximadamente, duas horas a mim própria. Rezo para que não seja perturbada pelos afazes familiares, nesta minha espécie de refugio intimo e começo a dedilhar palavras na folha em branco. Nos dias que antecedem esta espécie de ritual, diga-se, muito aprazível, começo a pensar num tema que depois consigo ou não desenvolver no sábado seguinte. Confesso, que algumas vezes, o tema no qual pensei durante a semana, não consigo, mentalmente, organizar os argumentos necessários para desenvolver a temática,  e esta é substituída por outra.  Para mim o ato de viver é de tal maneira precioso, que considero que todas as vidas podiam ser contadas, como se tratassem de um romance, onde cada um de nós, é o protagonista no seu próprio argumento. Todos os dias acrescentamos ação ao desenrolar da nossa história. Escrever como já o disse pode servir de terapia, a escrita permite exteriorizar por palavras muitas das situações que nos sucedem no dia-a-dia. Histórias mais ou menos trabalhadas, as palavras podem ser a passagem secreta para o nosso inconsciente. A par da escrita, não consigo viver sem a música, esta arte milenar que consegue combinar os sons e os silêncios e que é intrínseca a qualquer cultura humana, desde o início dos tempos. Na próxima semana, mais, precisamente, no dia 8 de Maio, acrescentar-se-á, mais um ano à minha existência. Acho que hoje acordei a pensar no dia do meu aniversário. Há alguns anos atrás, tinha, também, um ritual para o meu dia de anos que depois devido a circunstâncias várias (infelizmente) foi perdendo importância. O ritual compreendia em dedicar o dia do meu nascimento a mim própria! Desde a minha adolescência até à idade madura que nesse dia, ia comprar uma fatiota nova, arranjava o cabelo no cabeleireiro e tirava uma fotografia. Assim, devido a este ritual, consegui guardar por imagens, numa espécie de caixa de recordações, factos da minha vida carregados de simbolismo. Considero que já vivi metade do tempo que é expectável a um ser humano viver... a partir de agora, depois dos quarenta anos existirá pouco espaço para os erros, terei  a coragem de me olhar ao espelho e aceitar-me tal como sou.

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