A minha mãe nasceu numa pequenina aldeia na Beira Alta, no meio da
natureza, entre os animais.
Antigamente a vida era dura, ela e algumas crianças desde tenra idade ajudavam os pais nos trabalhos do campo. Não eram poucas, aquelas que iam para a escola de pés descalços, enfrentando o frio, a geada e a chuva. Os livros passavam das mãos de um
irmão para outro irmão. Na escola primária numa sala de aula a mesma professora
ministrava os vários graus de ensino. Os alunos eram divididos da primeira à
quarta classe por colunas, quatro fileiras de secretárias madeira umas atrás
das outras. No inicio dos anos 60 do século XX, Portugal era um extenso e populoso mundo
rural. Nos meios rurais as noticias do país e do mundo sabiam-se através dos rádios a pilhas. Em
muitas zonas, não havia eletricidade, nem água canalizada. A água de uso diário
nas habitações era transportada da fonte (ou bica) por mulheres e crianças em
cântaros e a iluminação assegurada por candeeiros a petróleo. Como não havia
futuro nas aldeias (desemprego), muitos foram os habitantes que decidiram
emigrar para outras paragens dentro e fora de Portugal. Aos dezoito anos a
minha mãe rumou para Lisboa, sendo uma rapariga bonita pouco tempo depois
casou. Eu nasci quando ela tinha vinte anos…
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