Se tivesse
que eleger um ano que fosse um marco na minha vida escolheria o ano de 2005.
Nesse ano ocorreram simultaneamente na minha trajetória vários factos fantásticos como
episódios demasiado tristes. Acho espantoso o poder da nossa mente. A mente tem
a estabelece critérios para facilitar a recordação dos assuntos que nos são importantes. A mente é um tipo de arquivo altamente sofisticado que faz
sobressair coisas em detrimento de outras sem que saibamos a verdadeira razão
dessas escolhas. Construímos ao longo da nossa existência uma espécie de puzzle
onde as peças lentamente, se vão encaixando umas nas outras, onde aparentemente, existem várias opções, mas apenas com uma
possibilidade correta! Por vezes as lembranças recaem mais sobre as coisas
negativas e sobre os problemas não resolvidos, do que sobre os momentos de
felicidade e de prazer. Pessoalmente não tenho a tendência para me lamentar
sobre decisões passadas. Considero ser uma pessoa suficientemente ponderada e intuitiva
para quando confrontada com determinada situação avançar na direção que parece
ser a mais assertiva. Sendo certo que algumas vezes passados dias ou anos já dei por
mim a vaguear sobre outras hipóteses que dariam origem a outras opções. Tenho
plena consciência que algumas das decisões que tomei durante o ano de 2005
tiveram consequências nos anos seguintes. Considero que houve ensinamentos
positivos mas as perdas superaram os benefícios. Uma parte de mim foi
irremediavelmente abalada o que obrigou a reformular a opinião sobre muitos dos
princípios e valores que considerava até então irrefutáveis. Sendo certo que os
balanços das vidas de cada um de nós se fazem na soma dos dias, pessoalmente,
não disponho de meios que permitam ainda no presente quantificar o grau da
devastação interior…
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