segunda-feira, 19 de agosto de 2013

AS FÉRIAS – parte V: Bateu uma saudade…

Levantei-me cedo para  aproveitar convenientemente todos os raios de sol. Ontem à noite, estive horas a falar com a avó ao telemóvel, a minha sorte (ou melhor dos meus pais) é pertencemos à mesma rede móvel e não pagarmos as chamadas com o mesmo plano tarifário. Eu e a avó temos sempre muitas coisas para contarmos uma à outra e facilmente perdemos a noção do tempo. Ontem foi a  mãe que a dado momento interrompeu a nossa conversa para eu ir jantar. Lamento o facto deste ano, os avós não passarem as férias connosco. Depois de reformados a avó e o avô deixaram de planear as férias de acordo com o calendário de trabalho mas têm o cuidado de adequar as férias seguindo a calendarização escolar para ficarem com os netos. Também pesou na decisão dos avós de não virem nesta época ao Algarve, o facto da nossa família ter aumentado. O tio Alexandre que foi pai recentemente combinou com a minha mãe, ele, a tia e o pequeno Rafael,  na próxima sexta-feira deslocarem-se ao Algarve para passarem connosco o fim-de-semana. Agora, só desejo quando descer as escadas a mãe já tenha dado o pequeno-almoço ao meu irmão Miguel para eu saborear descansada a principal refeição do dia. Com este pensamento não resisto em esboçar um sorriso na cara. Adoro o meu irmão mas às vezes ele é muito chato! Este fim-de- semana vai ocorrer um festival dentro da pequena casa algarvia. Ora, vejamos, quatro adultos, o meu irmão de oito anos, eu, com treze e o pequeno Miguel que ainda não completou três meses. Já estou a imaginar o meu irmão Miguel cheio de ciúmes porque deixou de ser a casula da família. Sinto cada vez mais saudades da minha avó, ela faz-nos falta para ajudar a organizar as nossas rotinas diárias. A avó tem solução para tudo e, ainda, tem tempo, para colocar água na fervura sempre que a mãe se zanga comigo ou com o meu irmão. Adoro as histórias que ela conta, principalmente, aquelas que envolvem a mãe numa idade semelhante àquela que eu e o meu irmão temos. A avó já me avisou que estou a entrar na etapa da vida mais parva que ela conheceu – a adolescência. Parece que nesta fase, que marca a transição entre a infância e a idade adulta, os jovens esticam a corda até mais não poderem e, ficam na expectativa de ver em que extremidade esta rebenta. Um dia a avó contou-me que a mãe, que está sempre a protestar comigo porque às vezes esqueço-me de levantar o prato da mesa fazia o mesmo por sistema! Então a D. Ana que agora vive a impor regras de boa conduta aos filhos, em adolescente era a rainha das desobedientes, nem consigo acreditar em tal coisa e deixo sair da boca uma sonora gargalhada. – Então, Ana Raquel, desces ou ficas no quarto toda a manhã? São as palavras da mãe que me colocam de novo na realidade, desço a escadas num ápice e  com um sorriso trocista dou os bons-dias aos pais e ao mano que entretanto iniciaram o ataque às torradas. 



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