A
noite não foi nada repousante. Também não ajudou o café bebido no final do jantar.
Decidi ingerir cafeína a poucas horas de dormir pelos quilómetros de condução que
tinha ainda pela frente. Devo ter adormecido quando o corpo não aguentou mais e a
fadiga venceu o cansaço. Mas estivesse eu, tranquila quando me deitei,
isto não aconteceria, pensei. Para trás ficou uma conversa, uma excelente refeição,
em boa companhia. Não que os assuntos tratados me pudessem tranquilizar, antes
pelo contrário. Fico incomodada por não encontrar soluções perante os
problemas. Bem que tentei encontrar pistas que mostrassem um rumo para as encruzilhadas
que estavam em cima da mesa. A conversa
finalizou com as mesmas interrogações com que havia começado. Às vezes já cansa
remar contra a maré, a idade nestas coisas também não perdoa. Talvez por isto, quando
hoje me levantei, procurei a camisola que vestia quando soube da tua partida.
Só a visto em ocasiões muito especiais. Se eu pudesse todos os dias a usava
como uma segunda pele. Não o faço, tento estimar o tecido, quero que este dure
o máximo de tempo possível. Asseguro quando um dia já não for possível vestir guardarei a camisola em pedaços para simbolicamente sentir-me junto de ti. Sabes,
às vezes apetecia-me saber voar…
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